Por trás do conto: Cinderela

Luna Rocha
4 min readApr 15, 2021

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Série sobre as várias versões dos contos de fadas e suas interpretações

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Cinderela é um Conto de Fadas que já passou pela autoria de diversos escritores no decorrer do tempo. Suas versões mais populares foram escritas por Charles Perrault e pelos Irmãos Grimm. Na maioria dos contos, a heroína leva um nome que faz associação com a palavra “cinzas”, que pode ser ligada à degradação que vive após a morte dos pais ou também pelo período de luto por estas perdas.

Versão da Disney

A Disney lançou a sua versão cinematográfica de Cinderela em 1950. O longa é inspirado no conto “Cendrillon”, escrito pelo francês Charles Perrault em 1697, contendo o mesmo enredo e características, tais como: o auxílio da Fada Madrinha, a carruagem em formato de abóbora e o famoso sapatinho de cristal. Além de que, no final da história, Cinderela mostra ter bom coração e perdoa suas irmãs postiças.

Cinderela Oriental

A versão mais antiga do conto é de origem chinesa e data de 860 a.C. Ela aparece em um livro de magias chamado “Yuyang Tsatsu”, e é registrada por Tuan Ch’eng-shih, um nobre pesquisador de contos, que ouviu esta história de uma serva, cujas origens eram aborígenes.

Na história, a heroína se chama Yeh-Hsien e também sofre nas mãos da madrasta, após a morte de seus pais biológicos. Contudo, no decorrer da narrativa, o conto passa a dar mais foco para a figura do rei com quem ela se casa.

Na história, Yeh-Hsien tem muito carinho por um peixe que ela cuida e a madrasta resolve matá-lo. Vendo a garota desolada, um homem de cabelos desgrenhados (entidade substituída pela fada em outros contos) desce do céu e lhe conta que os ossos do peixe concedem desejos.

Yeh-Hsien pede por vestes elegantes e dá um jeito de ir ao baile, onde perde um de seus sapatos. Este é encontrado e levado até o rei, que faz atrocidades para descobrir a dona dele e prendê-la — inclusive matando a madrasta e irmã apedrejadas.

Por fim, o rei decide desposar a garota e passa a utilizar os ossos do peixe para pedir riquezas extravagantes. Sua ganância faz com que os ossos lhe recusem mais desejos — fator que o prejudica quando seus soldados se rebelam contra ele e já não há mais recursos mágicos para se defender.

A Gata Borralheira

Em meados de 1634, o italiano Giambattista Basile escreveu “La Gatta Cenerentola”, cuja tradução para “borralheira” significa coberta de cinzas.

Neste, a moça se chama Zezolla e se junta com uma governanta da casa para matar a madrasta má. Quando a víbora vai tentar pegar roupas em um baú, ela fecha tampa com força.

Depois do assassinato, a mulher que instigou Zezolla a colocar tal plano em prática, se casa com seu pai e a força a ser uma criada. Após diversos eventos, as fadas ajudam a garota a casar com um rei.

Ashputtel

“Ashputtel” é a versão alemã de Cinderela, publicada pelos Irmãos Grimm em 1812. Esse conto consegue ser o mais sombrio entre todos e traz diferenças notáveis.

Pra começar, Ashputtel é uma Cinderela que demonstra ter mais carisma, pois sua personalidade é um pouco mais trabalhada. Ela planta uma árvore sobre o túmulo de sua mãe, onde um pássaro mágico pousa e lhe concede desejos, dando à moça um vestido e sapatos de ouro, para que possa ir ao baile e conhecer o príncipe.

Após a perda do sapatinho dourado, o príncipe experimenta o calçado em diversas donzelas do reino, inclusive nas irmãs de Ashputtel, que mutilam os próprios pés, cortando os dedos e calcanhares, para poderem caber no sapato estreito.

O príncipe só percebe isso quando já está na carruagem e nota o sangue jorrando, enquanto um pássaro mágico lhe cantava a verdade do lado de fora das janelas.

Outro momento bem gore também envolve as irmãs e a madrasta de Ashputtel, que, no fim da história, são atacadas pelos pássaros que ajudavam a garota, e estes comem os olhos das vilãs.

Neste conto só há final feliz para a Cinderela… as suas irmãs, que já haviam sofrido por imposição da mãe para que decepassem partes de seus pés, ainda sofrem uma morte horrível.

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